Consumidor que paga suas contas em dia vai entrar automaticamente na lista de 'bons pagadores'

Foi sancionada nesta segunda-feira o projeto que altera o chamado cadastro positivo, que já existe desde 2011 e entrou em vigor em 2013, mas tem pouca adesão. Agora, os bancos e outras instituições financeiras podem incluir o nome de consumidores nessa lista sem a necessidade de autorização prévia.


O cadastro positivo funciona como um banco de dados para “reconhecer” os consumidores que são bons pagadores. Ele é um banco de dados que reúne informações de consumidores com um bom histórico de pagamentos, ou seja, aqueles que costumam pagar suas dívidas em dia e não estão inadimplentes. É uma espécie de “currículo financeiro” do bom pagador.

O cadastro positivo serve como referência para varejistas e credores (bancos ou financeiras) identificarem quem são os bons pagadores que buscam crédito. De posse dessas informações, o objetivo é que eles consigam separar quem atrasa as contas de quem paga os boletos em dia e, assim, decidir para quem vão emprestar dinheiro. Quando o risco de calotes é mais baixo, eles podem cobrar juros menores do consumidor. Assim, o bom pagador será incluído automaticamente no cadastro positivo. Antes, podia escolher e devia solicitar o serviço. Quem não quiser, terá também a opção de pedir para retirar seu nome da lista.

Com esta alteração, espera-se que o consumidor que esteja na lista de bons pagadores tenha mais chances de obter taxas menores e prazos mais longos quando pedir empréstimo ou financiar um bem. O economista e 2° Tesoureiro da ACIAP, Stephan Sawitzki, afirmou que a partir de agora, “as pessoas, principalmente as boas pagadoras, poderão se beneficiar do seu status de bom pagador. A ideia central de tal cadastro, é que o crédito se torne mais barato para os bons pagadores, pois tal operação envolveria menores riscos as instituições financeiras. Dessa forma, as instituições poderiam separar os tomadores com maior propensão a pagar por empréstimos tomados dos que tem maior propensão a não pagar, podendo, assim, cobrar taxas diferenciadas para cada grupo. Mas além desse fator para reduzir os juros dos bons pagadores, precisamos também maior concorrência no mercado de crédito, hoje muito concentrado em poucas instituições”.

Conforme o SCPC Boa Vista, com quem a ACIAP mantém convênio, com esse novo processo, acredita-se que no início de 2020 será possível começar a colher resultados, como a ampliação do crédito e a diminuição da inadimplência, visto que começarão a ser apresentadas operações de crédito mais customizadas ao comportamento de cada consumidor.