Psicóloga e Tanatóloga Júlia Schapuiz palestrou sobre o tema Depressão e Suicídio

Neste ano, tivemos o Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção ao suicídio. Dessa forma, realizou-se na quinta-feira, 22 de setembro a palestra com a Psicóloga e Tanatóloga Júlia Schapuiz, com o tema: “Depressão e Suicídio: Uma Vida em Jogo”.


Todos nós passamos por momentos muito difíceis em nossas vidas, situações extremas, onde parecemos não encontrar saída. Entretanto, nós temos uma resiliência natural, alguns são mais resilientes e outros menos. Podemos comparar essa resiliência com um elástico, que vai esticando à medida em que os problemas e doenças mentais nos acometem. Porém, tal como um elástico, todos nós temos também nosso ponto de ruptura, em que restam três saídas básicas:

Suicidamos-nos;

Assassinamos o outro;

Enlouquecemos.

Principais fatores que podem levar a pessoa a buscar o suicídio:

Perdas não elaboradas;

Luto Complicado (anteriormente chamado de Luto Patológico);

Características de personalidade;

Depressão;

Histórico de depressão e suicídio na família;

Fatores socioculturais e biopsicossociais.

É importante dar-nos conta de que ninguém está livre de algum dia passar por grandes dificuldades, e se ver diante desse impasse: “Onde a situação é extrema e o elástico se rompe”.

Como podemos perceber, na empresa ou na família, que uma pessoa pode estar depressiva ou se sentindo sem saída?

Alguns aspectos podem ser importantes de serem considerados, por exemplo:

Mudanças de comportamento em geral. Um exemplo é quando a pessoa sempre foi introvertida e passa a ser o oposto (e vice-versa);

Quando no trabalho, era pró ativo e agora está desmotivado;

Quando não se envolve mais com os colegas;

Quando bebia ou fumava socialmente e hoje bebe e fuma em maiores proporções e de forma mais frequente;

Quando nunca usou nenhum tipo de droga (lícita ou ilícita) e agora passa a usar. E a pergunta é: Por que essa pessoa está buscando felicidade e amparo nas drogas?

Publicações em redes sociais. Compartilhar letras de músicas melancólicas, frases de outros autores que exprimam dor, sofrimento e tristeza.

Quando essa pessoa nos expressa o quanto está sendo duro viver; O quanto se sente um incômodo na vida da sua família, amigos e colegas;

Possíveis despedidas sem motivo aparente;

Quanto aos aspectos que podem ser indicativos que algo está errado com a pessoa, preciso dizer de que costumamos ser muito concretos, só vemos os fatos tal como se apresentam para nós. Isso na maioria das vezes nos limita e faz com que não demos atenção para os pequenos sinais de socorro que o outro nos dá.

É importante termos a ciência de que a pessoa que está com a mente saudável não busca o suicídio. A maioria das pessoas que veem no suicídio uma possibilidade para acabar com seus problemas, na verdade não tem a clareza real do que está fazendo. Dessa forma, às vezes se confunde o “matar a si próprio” com “matar os problemas”. O indivíduo acredita que matando a si, porá um fim nas suas dificuldades, na dor pela parda, na tristeza, nas dívidas... Porém, não se dá conta de que ao suicidar-se estará pondo um fim em qualquer possibilidade de continuar convivendo com sua família e realizar seus sonhos.

O sujeito vê no suicídio uma alternativa possível para aliviar suas “dores” psíquicas e dar um ponto final aos problemas do dia-a-dia

A partir de qualquer sinal, é importante que a família e amigos acionem a rede de apoio buscando tratamento Psiquiátrico, com a intervenção medicamentosa e tratamento Psicológico, tratando a etiologia dos sintomas.